sexta-feira, 26 de junho de 2009

Pó e Cinza


Quando o tempo reconstrói sua força ao poder de suportar seu próprio peso, levanta o ninho...

Meu sangue virou vinagre. Acordei hoje azeda. Não azeda de suja, ou algo parecido. Mas com a alma azeda. Já se vai o dia e ainda não adocei. Nem sei se vou me adoçar hoje.

É que hoje estou com ódio. Nunca senti isso, ainda mais dessa forma. O ódio dói no meu peito e eu o alimento. Hoje não quero ser boa. Quero que ela se dane. Morra!

Acordei pedindo a Deus pra tirar esse ódio do meu peito. Mas acho que Ele não está muito bem comigo ultimamente. E o ódio está aqui. Uma hora ele há de sair, nem que seja descarregado de alguma forma, e nela, é claro.

Seria bom se sentimentos bons passassem por osmose. Mas não passam. Nem se eu quisesse. Vou ter que continuar a implorar a Deus, para esse ódio passar. Mas hoje também não quero mais pedir. Dane-se!

Meu coração está apertado. Murcho. Uva passa no fundo armário. Na minha frente, um papel em branco, lápis, teclado. E nada. Hoje não sai nada. Improviso, lamento, lágrimas, mais ódio e mais amor. Eles crescem proporcionalmente.

Estive essa semana pensando em escrever sobre a Fênix. Ah! A Fênix. Estava com o sentimento de renovação, de recomeço. Mas a desgraçada acabou com tudo. Vadia! A tal da vingança é a pior desgraça do ser humano. E como o ser humano é fraco, mesquinho, pálido, pávido. Um nada.
E hoje estou rancorosa. Não consegui fazer as palavras bailarem. Não dá pra escrever nada bonito. Hoje não há beleza. E é o sofrimento a maior inspiração da escrita. Mas hoje não. A vingança, lembra dela? Ela está me perseguindo. Eu a detesto. Mas ela não me afeta. Mas afeta quem eu amo. E como amo!

E volto a lembrar da Fênix. Ela é só. Solitária que só ela. Mas ela sempre renasce da cinza. Pó e cinza. Mas renasce uma ave, linda, dourada, radiante, tal como o sol. Ave forte, que carregava até elefante e todos os problemas do mundo.

Nesse momento sou pó. Mas te carrego amor. Carrego tudo que for preciso por você. Estou só. Sou pó. Mas eis que das minhas cinzas nascerá uma outra eu. Mais forte e tão radiante quanto a Fênix. E de novo te levarei comigo e mostrarei a ti que é preciso renascer. Do que é preto, cinza e desprezível, nasce o que há de mais belo: luz e esperança.

Hoje estou com ódio. Jamais de você. Mas dela. Estou pó, mas me preparando para entrar em combustão. Aguarde, eis que nascerá uma nova eu. E quanto a você? Te carrego sempre comigo.
Amo-te cada vez. Amo porque me conquistaste. Amo-te porque escolhi te amar. Como a Fênix. Infinitamente.

2 comentários:

Anônimo disse...

Fala serio sheilinha...

Acho que devia se valorizar mais... Deixa quieto não, conselhos nunca sao bons mesmo...

Mas estou decepcionado...

abs,

Dani

Alan Terra disse...

Quanto amor no meio de tanta raiva...